Apenas Palavras... (?)
Sobre as palavras tenho algo a dizer sobre a capital importância destas para mim. Em nosso dicionário, a palavra palavra traz idéias de outras palavras: conjunto de sons com uma significação. Uma significação significante para cada sujeito específico. Uma significação subjetiva. Outra significação da palavra palavra seria: faculdade de expressar as idéias por meio da voz. Com palavras formamos frases e com frases formamos discurso, e isso nos leva a outro significado: Promessas vagas. O dicionário atribui este significado ao uso da palavra palavra para expressar um discurso vazio, acompanhado da expressão popular: “Isso são apenas palavras”. Talvez neste sentido, as palavras não tenham recebido o colorido da significação, receberam sim, mas não a significação que o ouvinte desejava. Fato é que a significação, o significado, o sentido, o significante, seja como for chamado, o intento final da palavra é este: dizer algo a alguém.
Mas se é isto que nos transforma em seres tão belos, é também isto que nos confia nosso particular caráter babélico. Babélico é um adjetivo que a língua portuguesa atribui a algo que se caracteriza por confusão e desordem. E é na bíblia que encontramos uma história que serve como metáfora para explicitar o que digo: A Torre de Babel.
Mas se é isto que nos transforma em seres tão belos, é também isto que nos confia nosso particular caráter babélico. Babélico é um adjetivo que a língua portuguesa atribui a algo que se caracteriza por confusão e desordem. E é na bíblia que encontramos uma história que serve como metáfora para explicitar o que digo: A Torre de Babel.
Era o início da fundação do mundo e todos falavam a mesma língua, todos os seres decidem construir uma Torre que atingisse o céu, que pudesse ser vista de qualquer lugar, a intenção era que ninguém se perdesse pelo mundo, que aquela Torre fosse um referencial para que qualquer um que andando errante e se perdesse pudesse retornar ao convívio dos outros. Mas eis que Deus vendo isso não se alegrou, pensou que desta forma, falando a mesma língua, não haveria restrição para o que os homens quisessem fazer. Então a bíblia conta que houve a confusão das línguas, “para que um não entenda a língua do outro”. E foi assim que Deus espalhou os homens sobre a Terra.
As pessoas que interpretam as sagradas escrituras atribuem esta história à divisão de línguas que até hoje nos caracteriza. Divisão esta que não nos é imposta apenas pela fronteira que divide os países, pois é sabido que em alguns lugares do nosso país fica difícil entender o discurso, tamanha é a diversificação dos dialetos.
A palavra então me remete a uma palavra que é carregada de significação pra mim: decifração. Decifrar, adivinhar, ler ou explicar, conhecer os sentimentos profundos de...
Mas penso que somos caracterizados pela confusão porque escutamos outra coisa quando alguém nos fala algo. Cada discurso, cada frase, cada palavra é carregada de uma significação que nunca é o que o outro ouve, o que eu lhe digo é o que eu quero ouvir, meu discurso é carregado de tudo que me caracteriza, meu discurso sou eu, mas um eu que não conheço, pelo menos não totalmente; e é por isso que ninguém pode escutar o que eu quero dizer. É inútil. Como inútil é este texto. Inútil não, malogrado é uma palavra com significação mais específica.
Referência da “Torre de Babel”: Gênesis, cap. 11, versículo 7.
As pessoas que interpretam as sagradas escrituras atribuem esta história à divisão de línguas que até hoje nos caracteriza. Divisão esta que não nos é imposta apenas pela fronteira que divide os países, pois é sabido que em alguns lugares do nosso país fica difícil entender o discurso, tamanha é a diversificação dos dialetos.
A palavra então me remete a uma palavra que é carregada de significação pra mim: decifração. Decifrar, adivinhar, ler ou explicar, conhecer os sentimentos profundos de...
Mas penso que somos caracterizados pela confusão porque escutamos outra coisa quando alguém nos fala algo. Cada discurso, cada frase, cada palavra é carregada de uma significação que nunca é o que o outro ouve, o que eu lhe digo é o que eu quero ouvir, meu discurso é carregado de tudo que me caracteriza, meu discurso sou eu, mas um eu que não conheço, pelo menos não totalmente; e é por isso que ninguém pode escutar o que eu quero dizer. É inútil. Como inútil é este texto. Inútil não, malogrado é uma palavra com significação mais específica.
Referência da “Torre de Babel”: Gênesis, cap. 11, versículo 7.
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Parabéns pelo blog!!