As nuvens passam tão devagar. Queria que meus pensamentos seguisse um pouco lentamente esses dias...
Meus trinta anos me ensinaram a ter confiança em mim, mas também deixaram a lição de não confiar no outro.
Será esse o processo a que estamos destinados a seguir lentamente?
A verdade é que ninguém quer envelhecer, ainda que muitos queiram adquirir maturidade, as vezes calma para decidir as coisas. Mas ninguém quer rugas, falta de disposição pra virar uma noite na farra...
Ao longo dos anos vamos colecionando momentos em que sentimos a velhice chegar, e isso apavora! Provavelmente porque são evidências de que nossa hora chegará. Vamos morrer. E ninguém quer morrer.
Mas pra mim a velhice apavora muito mais que a morte. Acho que porque quando somos velhos ficamos muito sós. Todo ser humano morre só, e isso é muito triste.
Vivo melhor ligada no piloto automático, porque na correria do dia a dia não penso na morte. E na velhice.
Tenho a impressão de que atualmente muita gente tem encontrado variadas formas de não envelhecer. Globalização, Facebook, Instagram, essas coisas. Sei lá, mas parece que a distância entre alguém de 30 e alguém de 20 anos hoje em dia tá muito menor do que já foi. Os comportamentos sociais, nesse sentido, não seguem muito uma cronologia.
Por exemplo, um artista de cinquenta e poucos anos pode se vestir como um garoto, se ele pertencer a uma banda de rock ou algo assim ninguém vai reparar.
Um exemplo: Marcelo D2 tem uns 45 anos.. Sem falar nos caras dos Titãs.
Eu não tenho preconceito com idosos, antes até achava que eu tinha. Mas, não tenho. O que eu tenho é um pavor enorme de chegar lá. Pensamentos me invadem, do tipo: fiz tudo que precisava? Imagina a quantidade de coisas que eu poderia ter feito e que agora não cabem mais pra alguém de 31 anos?
E muito pior que isso é pensar em quando eu tiver 50. Certamente haverá coisas que eu perdi. Coisas que eu poderia estar fazendo nesse exato momento em que escrevo mas que não poderei fazer com 50 anos.
E porque não estou então? Sei lá! Acho que se deixar levar por essa paranóia também é prejudicial. Já pensou levar ao pé da letra o "carpe diem" filosófico? Pode parecer belo mas também pode dar muita merda. E afinal de contas eu já tenho 31 anos...

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