Teologia da Libertação: Nostalgia do Reino...

Hoje caminhando pela rua comecei a pensar... (Minhas férias não terminaram) Comecei a pensar sobre o além-morte... Nietzsche pularia no tumulo ao me ouvir dizer isso, mas eu pensei que talvez não faça mesmo sentido algum pensar que nada nos espera após esta vida.
Então partindo deste princípio: de que existe mesmo algo para além desta vida, comecei a pensar o que espera cada um... e me lembrei do sermão da montanha... Jesus o inicia dizendo: "Bem-aventurados são os pobres, porque deles é o reino dos céus". Ok... Até aqui muita contenda. A grande maioria dos cristãos afirmam que o sermão na verdade diz "bem-aventurados os pobres de espirito"... Pesquisei na internet e encontrei uma tese de doutorado sobre isso. Diz o autor depois de pesquisar o texto no original aramaico que o correto é dizer que tratava-se de "pobres pelo espirito"... Se dizer pobre 'pelo' espirito significa que o individuo nao conquista nada por si mesmo, estando assim na total dependência de Deus.
Mas não é isso que os adeptos da teologia da libertação dizem. Para estes teólogos como os lendários Frei Betto, Gutierrez, Casaldaliga, Leonardo Boff e outros excomungados, o texto de Cristo afirma que o reino de Deus pertence aos pobres. Acepção de pessoas? Talvez. Mas não sejamos precipitados. Na verdade o que a teologia da libertação diz não é que os ricos estão oficialmente condenados, mas que os pobres estão oficialmente salvos. Assim, fácil? Não.
Vamos por partes.
A teologia da libertação tem orientação marxista, a despeito do que os teologos da libertação afirmam... Devemos lembrar que muitos sao perseguidos até hoje pela Igreja (Jon Sobrino é o exemplo mais atual). A orientação marxista fundamenta-se e se justifica na propria nomeação. Da Libertação.... Libertação dos oprimidos de todas as espécies.
Não se trata de dizer que o pobre está justificado, mas há uma certa lógica a afirmação de que aqueles que tanto sofrem nesta vida ganham o reino dos céus ao fim desta. E há respaldo bíblico.


Parábola do rico e de Lázaro -
Lucas 16
Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente.
Ao seu portão fora deitado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras; o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras. Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado.
No inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado.
E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós.
Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.
Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender.
braão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.

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