Variações Sobre a Vida e a Morte

Confuso nessa multidão ainda tenta não ceder ao mundo dos semelhantes... Era um sonhador, mas já não pensa onde poderia estar aquela melodia que assobiava todos os dias a caminho do trabalho. É porque tudo parece sempre o mesmo que ele duvida do tempo. Às vezes é assombrado por esta estranha sensação de que existe apenas um ciclo: O das quatro estações. E ele se repete, indefinidamente... E o que poderia servir de prova cabal a favor do tempo? Que fato evidenciaria sua existência sem dar margem a questionamentos? A Morte. O fim fatal para o qual nos encaminhamos. E o caminho percorrido até ele. Nós crescemos, nos ferimos, envelhecemos, nos curamos de nossas feridas. É porque vamos morrer que o tempo passa. E é também por isso que ele foge, nos escapa entre os dedos. A correria do mundo dos semelhantes não o permite pensar seu próprio caminho, mas permite que ele faça planos, e é na tentativa de concretizá-los que ele esquecerá de sua própria morte, soma-se os dias, subtrai-se os dias...

Tempus Fugit

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