Teologia da Libertação: Nostalgia do Reino 3

Não espero nada deste papa, mas espero das pessoas, porque a despeito do que elas me mostram, eu ainda acredito no ser humano, espero acima de tudo naqueles que seguem a Cristo, pois eles podem decretar a revolução, uma revolução que não permita mais este estrangulamento da liberdade de expressão, esta destruição do mundo das idéias... O que está em questão não é mais um fundamentalismo exacerbado, é um jogo de poder.
Não é mais aquela história de estar em posse de uma verdade incondicionada, a questão é apenas o poder, o que está por trás da idéia de que os escritos da teologia da libertação são hereges?
Existe algo muito maior, a questão é: que perdas acompanham a perda de poder?
Porque não existe um debate teologico aberto? Já que existe um consenso de que a bíblia dá margem a diversas interpretações, por isso existem tantos seminários sobre o Apocalipse, enfim..
Mas o que mais assusta é que a igreja não pode mais impedir que pessoas como eu e você expressem opiniões próprias, sejam elas hereges ou não. Antigamente a Igreja queimava sem critério algum, se alguém um pouco exótico estivesse passando na rua poderia ser queimado ali mesmo, antes de alcançar seu destino. Mas hoje não é assim. A Igreja pode punir quem está ligado de forma burocrática a ela, padres, freis, enfim, eles podem ser retaliados, proibidos de escrever, ministrar aulas, e outras coisas piores... Mas eu e você? O que eles podem fazer? Se cem mil fiéis decidirem ir às ruas gritando que são a favor da camisinha, o que a igreja fará? Proibirá a entrada nos templos? Não acho que isso seria feito pois representaria um grande prejuízo, mas e se fosse? Grande coisa... Nós viveríamos de qualquer forma. Não há nada que eles possam fazer, mas ainda assim ninguém diz nada. Porque? É desse tipo de poder que eu estou falando. Este que amordaça sutilmente, sem que ninguém perceba o açaimo.
Os escritos teologicos de Boff, Frei Betto, Rubem Alves, me ajudaram a enxergar minhas crenças sob um novo prisma. E eu espero que outras pessoas tenham esta mesma oportunidade.

Solidariedade a Jon Sobrino!
Não às novas faces da Inquisição!

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