Minha alma canta...

Não sei se trata-se da familiaridade das ruas e das conversas,
Ou se é da saudade que não espera que estou falando,
Pode ser que eu esteja falando sobre um amor que escapa entre os dedos e me faz implorar por um lugar seguro.
Não me sinto assim em outro lugar, e porque deveria?
Quero a solidariedade e a alegria contagiante desse povo
Quero a alegria e a fusão entre o que é meu e o que é seu
Quero para sempre diante de mim aquela cena que jamais esquecerei,
Nascer do sol como pano de fundo do Cristo redentor
Nascer do sol espelhado nas águas
Nascer do sol na enseada de Botafogo.
Eu parecia fazer parte de uma tela
de algum pintor anônimo de Santa Teresa
Quero para sempre diante de mim a força desse povo
Aquela ruela onde sambistas se apertavam para não deixar escapar o brilho da entrada do ano, quando já se passava das 6h do dia primeiro de um novo ano.
Quero a mangueira e a festa na rua,
Quero a festa da mangueira e o samba que não recua nem sob fogo cruzado
O engarrafamento de gente em Madureira,
O samba esquecido de Osvaldo Cruz,
E o absurdo de Vila Isabel: Aquele boteco que nos proibia de cantar, batucar e cantarolar...
A graça de ser carioca, a benção de ser brasileira,
Quero o samba exaltado de Vila Isabel...
E para sempre cantar, batucar, cantarolar...
"Vou voltar, sei que ainda vou voltar para o meu lugar..."


Dedicado à Mary (que sempre me lembra a graça de ser carioca) e aos dois Rodrigos do reveillon 2010 em Copa.

Comentários

Mary Gaspari disse…
Mas mesmo sendo proibido, nunca deixamos de batucar, cantar e cantarolar em Vila Isabel. Ser carioca é isso. Nossa amizade é isso. Eu te amo, amiga. E se depender de mim, sua alma sempre cantará, pois "ela é carioca, ela é carioca..."

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