O Produto desta Atividade Mental: caos e criação

Conheço uma pessoa que participa de um programa de rádio semanal, e todas as terças-feira termina sua participação dizendo: "Farei agora a oração da serenidade, e dedico a todos os encarcerados, flagelados, que estão na sarjeta moral da vida".
É o que proponho com esta canção, que ela seja uma oração. Uma oração que dedico a todos os oprimidos, injustiçados e por vezes desiludidos de que um amanhã possa transformar trevas em luz... ao menos um facho de luz.
Quem disse que seria fácil?; de que é feito o espírito? de onde tiramos forças para suportar o que a vida nos impõe?; Porque alguns lançam mão da opressão e do controle para lidar com aquilo que lhes apavora?; O que temos que fazer por um pouco de paz?; de que é feito o amor?
Dá pra responder a isso tudo? Não sei. Mas sei de uma coisa: Se uma situação de perda iminente escancara nosso desamparo, também nos coloca frente a um momento de caos completo onde a criação é possibilidade de saída. Deu pra entender? Acho que isso ficou confuso... Mas é só um desabafo.

Eu acho que essa canção fala disso.
Ao menos ela contém a frase que tem ressoado em minha mente e alma:

Amanhã vai ser outro dia...

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Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão

Apesar de você
amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro

Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de "desinventar"
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria

Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia

Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá