Corrida atrás do vento...

O tempo é mesmo uma merda. Nós perdemos tanta coisa porque o tempo passa. A vida muda porque o tempo passa. O sol se esconde porque o tempo passa. E porque a vida muda, mudamos nós também. E porque mudamos perdemos muito de nós mesmos. Perdemos nossas idéias, nossa paixão pelas coisas. Eu gostaria de me lembrar do quanto eu costumava ser apaixonada. Não há nada que eu possa fazer para voltar a este estado. Minha alma já não canta, já não ando assobiando canções pelas ruas, volto então ao estado que me constitui: a nostalgia.
É fácil constatar. Basta conversar com alguém mais jovem. Tudo que era belo se perdeu. A vida nos separa não só de quem amamos, mas do que amamos. Nosso jeito de amar, nossa passionalidade, nossa vida desmedida. Mas enxergo também uma característica interessante no tempo: parece-me que tudo é meio cíclico nesta vida. Então o tempo seria meio que como as ondas do mar. E parafraseando um pouco o filósofo Heráclito: Penso no tempo como as ondas do mar, que batem sempre no mesmo lugar, mas tanto as águas das ondas que se formam quanto as águas que as recebem nunca são as mesmas.