O Produto desta Atividade Mental: Lama (e poesia) nas ruas















Primeira observação a respeito desta preciosidade que encontramos (Eu, Du e Sil) em uma rua da nobre manchester mineira: Um segundo pixador foi quem acentuou o cú.
Isso quer dizer uma retificação que é uma ratificação. Quero dizer, ninguém acentuaria uma frase que não lhe disse nada, não fez sentido ou até que considerou violenta, agressiva ou algo do gênero.
Desde a primeira vez que vi esta pixação pensei em mostrá-la aqui e escrever algo a respeito. Seria um ato político? Escrever algo desse tipo numa rua nobre da cidade?
Seria um ato poético? - Porque sem dúvida esta frase é pura poesia. Ou seria simples vandalismo? Daqueles sem intenção, que só espalha a lama pelas ruas?
Dizer que a sociedade deu o cú é dizer muita coisa. Aliás, é quase dizer tudo. A sociedade realmente deu o cú! E de quatro! Se entregou, jogou a toalha.
Gandhi ficou conhecido por sua política da não-violência. E Rubem Alves escreveu um livro sobre isso e deu o nome de "Política dos gestos poéticos". Foucault falava em micro-política, aquela que fazemos meio que por debaixo dos panos, comendo pelas beiradas, até atingir patamares maiores... Foi disso que me lembrei... Esta inscrição pra mim é um ato político-poético que diz tudo sobre a realidade da sociedade contemporânea.

Deixo-lhes a canção cujo título utilizei no sub-título desta postagem. É um samba meio triste mas que tenta sustentar a beleza de um novo dia, do porvir... Nossa esperança de que a sociedade ainda que tenha dado o cú, que ao menos o tenha feito com amor... (e de forma segura...)
--------------------------------------------------

Lama Nas Ruas

Composição: Almir Guineto/zeca Pagodinho

Deixa
desaguar tempestade
Inundar a cidade
Porque arde um sol dentro de nós

Queixas
sabes bem que não temos
E seremos serenos
Sentiremos prazer no tom da nossa voz

Veja
o olhar de quem ama
Não reflete um drama, não
É a expressão mais sincera, sim

Vim pra provar que o amor quando é puro
Desperta e alerta o mortal
Aí é que o bem vence o mal
Deixa a chuva cair, que o bom tempo há de vir

Quando o amor decidir mudar o visual
Trazendo a paz no sol
Que importa se o tempo lá fora vai mal
Que importa?

Se há
tanta lama nas ruas
E o céu
é deserto e sem brilho de luar

Se o clarão da luz
Do teu olhar vem me guiar
Conduz meus passos
Por onde quer que eu vá


Veja
o olhar de quem ama
Não reflete um drama, não
É a expressão mais sincera, sim

Vim pra provar que o amor quando é puro
Desperta e alerta o mortal
Aí é que o bem vence o mal
Deixa a chuva cair, que o bom tempo há de vir

Quando o amor decidir mudar o visual
Trazendo a paz no sol
Que importa se o tempo lá fora vai mal
Que importa?

Se há
tanta lama nas ruas
E o céu
é deserto e sem brilho de luar

Se o clarão da luz
Do teu olhar vem me guiar
Conduz meus passos
Por onde quer que eu vá (se há)

Se há
tanta lama nas ruas
E o céu
é deserto e sem brilho de luar

Se o clarão da luz
Do teu olhar vem me guiar
Conduz meus passos
Por onde quer que eu vá.



Comentários

kinha disse…
HUAhUAHuhauHA "a sociedade deu o CÚ!"
Ratifico!!!
nenúfar disse…
perola micro-politica-poetica!


estamos com voces dois!

Postagens mais visitadas